No passado dia 30 de março, um grupo de estudantes da Escola Superior de Hotelaria e Turismo realizou uma visita guiada à zona histórica mais antiga da cidade do Porto, no âmbito das comemorações do dia nacional dos centros históricos. Orientados pelos estudantes Manuel Soares e Pedro Lopes, do Curso de Licenciatura em Gestão de Atividades Turísticas, — os quais não se pouparam a esforços para converter este dia num evento interativo e brilhante — todos caminharam entre muralhas, ruas e ruelas, numa manhã de sol radiante.
Subordinada ao tema “Conhecer a história para entender a alma”, o grupo congregou-se na Estação de S. Bento, cujos painéis de azulejos deram o mote para percorrer o “casco” medieval da cidade, desde o largo da Sé Catedral, com direito a visitar este templo e os seus tesouros, bem como o claustro, até à Ribeira-Barredo, incluindo a zona da antiga judiaria (Miragaia). Os detalhes valiosos, que foram pontuando a visita, permitiram compreender a fundação da Invicta no século XI, a forma como a cidade foi alastrando as suas fronteiras para além das suas portas primitivas, a chegada e partida dos Cruzados, o surgimento dos mercadores e suas corporações, a toponímia reveladora da história das ruas e das gentes que por lá viveram e passaram, os segredos gravados nas pedras, a relação do rio Douro com a cidade medieval e a outra margem.
Os visitantes, caminhando, vivenciaram a história e muitas “estórias” do velho burgo, assimilaram aspetos da cultura e do património arquitetónico e cultural que fizeram do Porto uma cidade que se pauta pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade, tão presentes nas relações que, desde o século XI até ao presente, enobrecem o seu povo.
E, também porque a visita foi organizada para se ter a perceção dos fluxos turísticos e a sua relação com a cidade e as suas gentes, foi um desafio muito relevante para se consolidar conhecimentos adquiridos em Direito e Legislação do Turismo, abrindo as portas para a interrogação permanente sobre o futuro da cidade, que deve acompanhar a vida profissional de todos os que participaram na visita histórica.
Também, e por um acaso feliz, todos puderam vivenciar, em ambiente “fora de portas”, ou seja, em contacto direto com a população, os aspetos positivos e negativos do fenómeno turístico, os tempos conturbados que os residentes no velho burgo vivem e a questão da sustentabilidade do turismo na cidade do Porto. Foi uma manhã feliz que permitiu um efetivo enriquecimento dos visitantes e que terá de se repetir!